Uma sala com pé direito muito alto. Não havia nada na sala. Perto do teto estava montada uma rede feita de corda. Sobre a rede andava um homem que dizia para uma mulher que estava na beira da rede e parecia estar com medo: - Vem! Você é uma acrobata. Faz o que você sabe fazer, faz o seu trabalho. A mulher então começou a andar na rede e aos poucos ganhava confiança. Entendi que eles eram um casal de acrobatas e que o trabalho deles naquele momento era desfazer toda a rede que os segurava, que dava alguma sensação de segurança. A rede era azul e vermelha, assim como as roupas que vestiam. Numa dança de acrobacias aéreas eles desfaziam a rede. Eles se seguravam no nada, pareciam voar. Me lembro de uma cena que a corda da rede estava toda enrolada na perna dela e ela se pendurava na corda, como se fizesse um número de tecido circense. Num certo momento, a rede já estava toda desfeita, havia apenas um pedaço da corda que os mantinham seguros. Eles estavam no ar e nas paredes, perto do teto. Ela pedia a permissão dele para continuar. Ele deixava. Ela se enrolou na corda até chegar perto do corpo dele e os dois vieram para o chão. Ele cantava uma música linda. Eles eram franceses. Eu entendi que eles se casaram. De repente muda o cenário. Eu estou com um homem na casa do casal de acrobatas. Eles já morreram. Entendi que eles ficaram casados até muito velhinhos e que fizeram obras, o longo de toda a vida, sobre o casamento deles, sobre o amor. Eu andava pela casa e tocava em tudo. Eu e meu namorado mexíamos em tudo, era uma brincadeira que me emocionava. Cada objeto da casa era uma obra deles. Me lembro de uma espécie de caleidoscópio feito com moedas e imagens dos rostos dos dois.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário