terça-feira, 22 de setembro de 2009

sonhado no Rio de Janeiro, 2005

Noite. Praia. Mar revolto.
Eu, cabeça raspada. Mergulho...
Debaixo d'água piscina, ladrilhos, azul claro.
Me miro no espelho, submerso.
Meus cabelos compridos como algas.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

sonhado no Rio de Janeiro (2009)

Conchinchina.

Eu perambulava entre sombrinhas de papel de arroz,

quando soube que eu não estava em meu país.

Diante de uma barraca de feira,

tirei do bolso umas moedas

e passei para uma mulher que segurava

um prato de balança com uma

pilha de pequenas pedras pretas.

Dei-me conta de que eu estava

comprando carvão [combustível]

e ainda assim não tenho certeza.

A mulher fez que não com a cabeça:

Você não aceita o Real?

Quem disse isso, ela ou eu?

sonhado numa aula de cultura brasileira, no Rio de Janeiro (agosto, 2009)

Acordei com o meu "professor" iniciando a matéria do dia. "Professor" porque ele não tem formação de professor - portanto, é apenas um teórico com papel de professor. Cara, eu estava com MUITO sono. Embolei aquele casaquinho estrategicamente na carteira de canhotos e comecei a minha jornada ao mundo alfa.

No pátio. Eu não andava direito. Eu não... Eu estou... ai caralho... Tonto. Paralisado. Caralho! O que aconteceu comigo? Torto, não mexia a cabeça. Não via quem podia me ajudar. E esse sol infernal! Que rampa é essa? Porra, assim eu não consigo. Não vou conseguir. Aonde que eu vou? Alguém me ajuda! Alguém me ajuda! PORRA! ALGUÉM! Minha perna... é melhor ceder. É melhor cair. Assim alguém que eu tô fodido. Porra! ALGUÉM?

Ninguém. Mas quem é que está falando o tempo todo?

Gente, que sonho. Acordo na sala. Uma sala meio diferente da primeira. Gente, eu estava REALMENTE com sono. Minha amiga põe a minha mão nas coxas dela, quase que na xereca, pra ver meu estado.
- Dorme não, criatura...
- Porra, tucom celulite pra caralho, disse sonolento. Rindo, ela retrucou:
- Toda mulher é assim. Vai dizer que nunca pegou uma?
- Mulher?
- Não! Celulite.
- Não me deixa dormir de novo, por favor.
- Cara, vocêmal assim?, perguntou com certa indiferença. A aula tá acabando, espera um pouquinho.
- Não, tô mal mesmo. Sério. Me ajuda.
- Vamos pra fora.
Seu shortinho azul claro virara uma saia rodada amarela.
- Puta merda, tô sonhando de novo.
- Acorda, homem!
- Me belisca. Não consigo sozinho.

Com insistentes beliscões, me vejo imediatamente acordando na sala de aula com a minha amiga. E esse professor que não para de falar. Cara chato!
- Vamos tentar de novo dessa vez, homem?
- Vamos .

No momento em que cruzamos a porta, eu me retorno para vê-la. Precisava da prova de que aquilo era real. Não acreditei no que vi.

Sua saia rodada amarela ficava dourada, depois roxa, depois piscava em tons de vermelho, depois laranja, depois preto. A blusa crescia, ganhava mangas, virava saia, sempre combinando. Puta merda, e esse cara chato que não para de falar!
- Eu sonhei que desmaiava no pilotis, gente, o que está acontecendo comigo?
- Eu te belisco.

De novo acordo na sala de aula. Olho para ela. Ela, real, entra no meu sonho e é minha cúmplice da minha angústia. A aula parece estar acabando. Cara, que aula chata!
- Minha roupa não está mais mudando de cor.
- Como você... Ai, você é um sonho, de novo!
- Desculpa.
- Me belisca!
Vejo o mesmo professor, a mesma cadeira onde estou sentado e ela fica do meu lado. Paralisado, tonto, sonolento, quase hipnotizado, começo a contar:
- Cinco...
Estou desesperado! Eu preciso da realidade! Como eu não consigo acordar?
- ...de como a miscigenação se transformou...
Que cara chato, ele não para de falar!
- ...quatro...
Preciso acordar, eu tenho que ter esse poder sobre mim mesmo!
-...na problemática essencial da sociedade...
bom, professor, acaba e eu consigo!
- ...três...
Essa sala não é real, eu devo estar dormindo e tem outra turma na sala real!
- ...brasileira. Então, a gente...
Vamos ! Eu não consigo! Meu casaco não está comigo! Isso não pode ser real!
- ...dois...
Deus, eu vou gritar aqui e vou atrapalhar a aula! Que pesadelo escroto, nem essa minha amiga eu conheço de verdade!
- ...continua isso na próxima aula, tá ok?
Isso!
- um...
- Chamada!

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

sonhado no Rio de Janeiro, 2009

Leila disse:

Não coma banana d'água que ela te faz mal. Compre da prata.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

sonhado em Lisboa (setembro, 2009)

Essa noite por exemplo saí de bicicleta com a Laura na garupa. E do calor ensolarado da orla do Rio passamos de repente aos alpes suíços, com frio de neve e tudo. Mesmo assim continuamos pedalando apenas com a roupa de banho de mar e a Laura sempre fazendo posições impossíveis de yoga na garupa e em cima do guidon da bicleta até que chegamos no show do The Cure, que na verdade era mesmo no estádio do Ibirapuera, e lá a gente cantava "Boys don't cry". Foi ótimo, andei tanto de bicicleta que acordei super em forma!

domingo, 6 de setembro de 2009

sonhado no Rio de Janeiro (maio, 2007)

Eu caminhava pela São Clemente quando descobri um atalho.

Atrás do concreto havia um campo verde.

Era manhã, ainda o sereno gravado na grama.

O sol puxava entre os dentes a umidade das coisas incipientes.

Reluzia a sabedoria clara, as roupas quarando ao sol.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

sonhado no Rio de Janeiro (dezembro e janeiro de 2009)

Noite de 31 para 1º de janeiro de 2009
Estava falando com alguém, quando aparece no identificador de chamadas do
meu celular o nome "Carla2". Fico atônito. Era Carla pra me falar que estava com muitas saudades de mim.

Noite de 1º de janeiro para 2 de janeiro de 2009-
Fui fazer som com o Bruno em um teatro, que parecia um pouco com o teatro Noel Rosa, da UERJ. Fabiano estava por lá também.
Estava escrevendo meus sonhos.
Fui à casa do Javier levar uns instrumentos de percussão dele.
Javier foi ameaçado por carta, porque estava tocando com os amigos em casa. Ele se abateu primeiramente mas logo depois recobrou-se. Foi à casa de um senhor que vivia num quarto muito bem protegido. Esse quarto era muito bagunçado, com uma janela bem pequena (que estava fechada).
Estava cantando "Ponteio" (Edu Lobo) num grupo vocal com mais duas pessoas em uma apresentação e depois cantamos "Labareda" (Vinícius de Moraes e Baden Powell), em que só eu cantava o refrão.
Estava tocando uma tambora parecida com uma alfaia. Esta tambora tinha uma espécie de curativo que abafava o som.

Noite de 2 de janeiro para 3 de janeiro-

Conversava com Luiza sobre o REM. E ela me falou que não estava sonhando há algum tempo.
Queria dar os meus discos, mas minha mãe me interpelou afirmando que compraria uma vitrola.
Estava na sala da minha casa, quando vejo um bumbo verde, dado de presente pelo Carlão. A princípio não tinha conseguido calcular o tamanho, mas depois vi que era um bumbo de 18 polegadas.
Obs: REM= rapid eye movement (movimento rápido dos olhos). É uma fase do sono e tal.

Noite de 4 janeiro para 5 de janeiro-
Estava vendo um calendário e calculando há quanto tempo estava no Rio de Janeiro. Conto seis anos de permanência no Rio.
Estava conversando com o Lenine e acho que Tapajós estava.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

sonhado no Rio de Janeiro (agosto, 2009)

Havia uma nova etapa de seleção. Eu e os concorrentes estávamos num hotel-fazenda. Recebemos uma porção de girinos, girinos de peixe. Nos quartos individuais haviam laguinhos, de pedra e água doce. A missão era fazer os peixes crescerem. Mas o lago do meu quarto ficou muito raso, os peixes morrendo... Procurei desesperada por água e comida, achei aquários. Quanta comida ou água devia pôr? Não conseguia encontrar a medida. No quarto vizinho, o concorrente tinha pequenas cachoeiras, riachos e lagos, seus peixes cresciam sadios. No meu pequeno aquário, peixes sobreviviam. No fundo do meu armário antigo na casa da minha mãe encontrei um aquário maior, já cheio de água e peixes fortes. Aliviei. Talvez ainda estivesse na competição... 
Agora uma outra etapa: uma prova escrita. Cada concorrente sentava numa mesa do restaurante do hotel-fazenda. Todos fazendo a prova e eu não conseguia me concentrar diante da quantidade de coisas que havia trazido. Resolvi organizá-las na mesa antes de começar a preencher o "vestibular". A quantidade de objetos que saía da minha bolsa era interminável. E quando estava terminando a organização, um homem magro veio me comprimentar e dizer que estava selecionada. Os concorrentes olharam impressionados. E eu não entendi bem, mas fiquei feliz.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

sonhado no Rio de Janeiro, 2009


Eu estou numa festa no apartamento de alguém. Pessoas conhecidas e desconhecidas. Uma mulher sentada no sofá à minha frente me encara com desejo. Em pouco tempo, ela tira a calcinha e começa a se masturbar olhando para mim, na frente de todo mundo, tudo muito normal. De repente, um cara que eu conheço (não muito bem) chega na festa e senta-se no chão, em frente à essa mulher. Ele acena pra mim, notando minha presença, mas logo começa a conversar com ela. Em seguida os dois se levantam, saem da sala e entram num quarto do apartamento. Eu sinto que estão todos me observando, como se esparassem alguma ação da minha parte: “faz alguma coisa”. Daí eu me levanto e começo a andar pelos corredores do apartamento. Abro uma porta, entro num quarto bastante escuro. Ouço os sons de sexo entre esse conhecido e a mulher. Eu digo alguma coisa banal, tipo “oi, tudo bem?” Eu acho tudo muito normal, como se o casal estivesse me esperando. Porém ela começa a gritar, irada, mandando eu sair do quarto. Quando eu saio do quarto e volto pra sala, já estão todos cientes do que acabou de acontecer. O silêncio é horrível, me aniquila, eu preciso sair dali. O meu conhecido sai do quarto e chega até a sala. Ele está chorando, muito triste, como se eu tivesse lhe agredido profundamente. As pessoas da festa consolam esse conhecido que chora, ao mesmo tempo em que me olham como se eu fosse o pior dos homens. Daí eu acordo.