OS AMANTES QUE VIRARAM PEIXES
Quando ela chegava na piscina, ele já estava dentro d’ água. A piscina não era grande, era retangular e tinha vários trampolins ao redor. Ela subiu no primeiro trampolim, queria mergulhar de cabeça. Ele disse que não, que a piscina era rasa. Então ela desceu para a beirada, queria, ainda, mergulhar de cabeça. Ele disse que não, que a piscina era muito rasa. Então ela entrou devagar. Primeiro os pés, depois as pernas, a bacia, o tronco, a cabeça.
Quando ela se viu dentro da piscina, ele já não estava mais na superfície. Então ela respirou fundo e mergulhou. Viu a mancha do corpo dele do outro lado e nadou em sua direção. Os corpos se encontraram e, ali, debaixo d’ água, deram-se o mais doce dos beijos. Macio como a pele de seus corpos. Embora embriagada por tal amor, ela temeu perder a respiração, mas as carícias continuaram e ela não sentiu falta de ar.
E ali ficaram, por muitas horas, como peixes, se amando debaixo d’ água. Mas seus corpos continuaram humanos, com a diferença de que podiam respirar debaixo d’ água.
Muito bom esse sonho! A piscina rasa, mas, no entanto, cheia de trampolins, possibilidades de mergulho profundo.
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