sábado, 1 de agosto de 2009

sonhado no Rio de Janeiro (agosto/2007)

Teatro do Jockey. estou para assistir a uma peça. as cadeiras da platéia foram afastadas para o lado e estão amontoadas num canto. ou seja, nãopalco e público, apenas um grande espaço no centro. A peça será conduzida por um ator/guia que trabalhaanos mostrando para as pessoas que elas são todas entrelaçadas, que o mundo é habitado por pessoas unidas umas às outras. Há algo de lindo e apaziguador nisso, embora ele diga que volta e meia uma dupla de pássaros em vôo adoece. Ele, o ator/guia, propõe um exercício. Cada dupla vai para o centro, uma de cada vez, e começa a se movimentar, tentando sincronizar os movimentos um do outro sem, no entanto, jamais combinarem quem está imitando quem. As duplas seguem em seu movimento, batendo as asas, gesticulando, dando guinadas inesperadas. Não é possível diferenciar quando os gestos representam sintonia ou simbiose. Beleza e perigo contidos na mesma dança.

O ator/guia põe um cartaz diante de cada um de nós e pede para desenharmos sobre o mapa que ali se encontra, ligando os lugares por meio de uma linha. "Se toparem com um obstáculo, simplesmente contorne-o, por maior que seja", diz o ator/guia. começo a unir por meio de um traço a Patagônia ao México e depois ao rio Yavari, na Amazônia. Paisagens monumentais. no início, desenho sobre o papel, mas aos poucos vou deixando o meu traço sobre a própria paisagem da Terra, criando sulcos enormes, rastros, túneis de barro, barrancos e desfiladeiros, como se estivesse fora da Terra, observando de cima. Sou imensa, embora não consiga me ver. depois estou numa colina junto com o guia/ator que memais uma tarefa: "procure o sapo, é sinal de água limpa”.

dois bodes negros e fortes com chifres, pastando sobre a colina coberta com um enorme matagal. tenho medo deles, mas é impossível ignorá-los, isso é certo. Começo então um trabalho de condução, em que arranco da colina chumaços de capim com os quais vou acenando para conduzir os bodes. Meu movimento, no entanto, é desajeitado, pois tenho medo. Mas junto com o medo, sinto coragem. O ator/guia está ao meu lado e vai dizendo, "pensa no que você quer, direciona o trabalho, se você souber o que quer, os bodes serão facilmente conduzidos".

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