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Turva neblina luminosa na madrugada perdida. Calçadas ainda úmidas de sono e sereno. A lâmpada antiga do globo de vidro leitoso sobre o poste baixo mal ilumina a praça. Vislumbro de longe e me aproximo réptil. Então percebo: dezenas, centenas de mariposas voam ao redor do globo luminoso. Não, são milhares, uma miríade de pequenas mariposas batendo asas, nuvem turvando minha visão. Estou junto ao enxame e mal enxergo o globo. Estendo o braço, minha mão penetra a nuvem viva que se deixa abrir como um arbusto. Lá no centro, em vez da luz surge, túrgida, uma rosa: tua bucetinha.
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